sexta-feira, 29 de julho de 2011

Bate e volta



27/07/2011

Burning Man, Burning Man, tenda, bandeiras, brigadeiro, bagagens, travessia para o Alaska, voô pro Hawaii, depoimentos, documentário, site, motorhome, e... Yellowstone a 1600 km de nós... Pára tudo, faz as malas, busca nosso companheiro nessa viagem - Arthur - e vamos lá. O FiftyFlags jamais pularia um estado, mesmo já tendo a respectiva bandeira.

Wyoming ficou para trás quando viemos para o Oeste. O tempo estava frio e os ursinhos famintos... Decidimos, então, voltar em algum momento futuro e mais propício para curtirmos as maravilhas do primeiro parque nacional dos EUA, o Yellowstone, assim designado em 1872. Bem, o momento chegou, não que fosse o ideal, já que estamos correndo contra o tempo para concluir nossa jornada, mas não haveria como encaixar essa desviada de roteiro mais pra frente. 

Saímos de SF sábado (23) com quase tudo resolvido para o BM, um couchsurfing agendado  em Chico para o próximo fim de semana e o compromisso de buscarmos nosso amigo Baro no aeroporto de San Fran hoje à noite - hoje, no caso, quarta-feira, dia 27, niver da querida amiga Van. Ou seja, fizemos um bate e volta de 17 horas cada trecho! Na ida ainda escolhemos um caminho alternativo: US 50 - a estrada mais solitária da America. Isso aumentou um pouco mais o tempo de viagem, mas pra gente, que já rodou nesse país mais ou menos 50 mil km, o que importa é a aventura e o passeio! E digo que valeu a pena. 

Fizemos uma parada para dormir em Twin Falls, Idaho, depois de dirigirmos por umas 15 horas, e no dia seguinte seguimos para o parque. Nós três estávamos super animados e ansiosos para encontrar um urso. Eu imaginava, por tudo que já lemos e ouvimos, que o Yellowstone seria lindo, mas tive uma surpresa agradabilíssima quando chegamos ao Teton National Park (que fica colado à parte Sul do Yellow)... Meu Deus!! Obrigada por poder enxergar, ouvir. sentir e me fazer integrar a um paraíso desses! Muito obrigada! 

Temos mesmo que agradecer ao poder da natureza e o fizemos. Agradecemos com muita força por esta oportunidade, incluindo a realização desse projeto, que já passou por 46 estados. 

Montanhas rochosas gigantescas - a mais alta, Grand Teton, tem 4192 m -, a neve, presente mesmo no verão, faz aquele desenho bonito no topo de todas elas, dando um toque sutil que compõe muito bem com o azul do céu; as árvores super altas e bem verdes dão vida de floresta ao lugar e o lago... Ah, o lago, uma imensidão de água azul que banha todo esse cenário e faz com que eu me sinta em outra dimensão... Olhar tudo isso é emocionante, estou tentando explicar em palavras porque gostaria de transportá-los para esse paraíso também, mas talvez seja melhor vocês mesmos um dia se darem esse presente! Um alimento para as almas e um estimulo ao amor e ao sorriso. E querem saber? Essa foi só a primeira impressão... Muitos outros detalhes desse portal foram revelados depois, durante nossa caminhada pelo meio disso tudo. 

Fizemos uma trilha de 11 km em 7 horas que literalmente nos transportou para um mundo mágico, de fantasia, de ilusão... Entramos por aquele portal ainda acompanhados de outros seres maravilhados, que nos cruzavam num ir e vir constante e amigável, até que nos vimos sozinhos. Nós três e a floresta, com seus tons e sons, NOSSA! Uhuuuuuuu! Putz grila... Que SENSAÇÃO... Nossa sensibilidade aflorada pelo poder da natureza... 

Subindo montanhas, passamos por rios, lagos, cachoeiras, cortamos - sem querer - inúmeras teias, vimos flores, borboletas, libéluas, esquilos, pássaros, troncos secos e posicionados perfeitamente como bancos ou enfeites... Até que lá do alto tínhamos a sublime visão do TODO! Só faltou mesmo ver os ursinhos, rs. 

Para completar nosso bate e volta, curtimos o segundo dia no Yellowstone. Um passeio rápido e interessante pelos geysers, impressionante a força e a quentura daqueles poços d'água, como é que pode? Eles seguem fervendo e borbulhando suas águas cristalinas pelas margens daquele rio gelado! E as cores? Coisa mais linda, do azul ao laranja ferrugem eles se espalham em diferentes formatos por uma grande extensão de terra. E para terminar com chave de ouro: um passeio de barco no Yellowstone Lake! Outro ponto de vista para admirar o mesmo paraíso.

Da água a floresta era ainda maior, mais fechada e misteriosa. Nenhum de nós tinha tido a experiência de pilotar um barco a motor, o que tornou tudo ainda mais emocionante. Gritamos, rimos e contemplamos nosso passeio pelo lago como crianças no mundo da imaginação! Ah, ainda estávamos procurando um urso por ali... Na beira do lago, procurando um peixinho... Quem sabe? Mas, nada de urso. Ainda temos o Alaska! Vou continuar emanando o meu pedido a eles; eu só quero uma foto!

Foram só dois dias, mas o que sentimos ficará com a gente para a eternidade. Tenho certeza. Agora, já na estrada a aproximadamente 3 horas, só penso em chegar em SF, conectar a internet e ver nosso filhote  que está quase pronto para ir para o ar. Estou ansiosa, sabe? Daqui de longe a gente vai trabalhando com a equipe que nos ajuda lá no Brasil, e depois de alguns meses ver o resultado mexe com a gente. Dá um nó na garganta de emoção, um frio na barriga de ansiedade... Através desse espaço vocês, e esperamos que muitas outras pessoas, poderão acompanhar e curtir nossa jornada, nosso FiftyFlags! 

Sou grata por estar aqui e estou com "barriga viva", como diz meu querido mestre Beto Silveira, esperando o aplauso de vocês. Aguardem, o site estará pronto em muito breve. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Encontros



18/07/2011

San Francisco foi durante esses 4 meses de viagem o lugar onde descobriríamos alguns mistérios do Burning Man, encontraríamos algumas respostas para nossas inúmeras perguntas e onde muitas de nossas ideias seriam colocadas em prática, pelo menos o esboço pré-evento. Ansiávamos também pela experiência de realmente viver na California, fazer uma turma de amigos, escolher um novo "café" como escritório, arrumar uma academia bacana, curtir dias inteiros de sol na praia assistindo muito surf... Esse tipo de coisa que se tem quando se mora em algum lugar!

Bom, depois de 3 semanas aqui, posso dizer que: em praia na Califa faz frio e venta; San Francisco = Fog; o consulado brasileiro é atencioso; San Fran tem traços arquitetônicos muito bonitos, predinhos cheios de estilo e ladeiras que desenham o horizonte, a 360º, fazendo uma bela moldura para as constantes nuvens repletas de gotículas que passeiam pela charmosa cidade dos bondes. A academia foi encontrada, assim como inúmeras respostas para nosso Grand Finale no BM e uma turma que ROCKS everything!

Se a gente precisava de ideias para construir uma tenda com as nossas 50 bandeiras no meio do deserto, viemos parar no lugar exato. Nossa nova turma frequenta o Burning Man há 12 anos! Oh yeah! Estamos muito bem cercados de gênios criadores de cidades-relâmpago que nos levarão uma semana antes para o meio daquele desertão... Veremos a BLACK ROCK CITY crescer, bem ali, pelas nossas próprias mãos.

Hoje, por exemplo, depois de alguns testes mal sucedidos, deixamos 25 bandeiras para serem costuradas numa oficina de chineses - 150 dólares - e teremos um teto seguro, que fará uma sombra de aproximadamente 40 metros quadrados naquele caldeirão. Teremos também, ainda esta semana, um dia de carpinteiros. Cortaremos 6 troncos, ainda não sei de qual árvore, provavelmente bambu; cada um deverá medir 7 metros e essa será a base de nossa tenda. Fora isso já deixamos guardados na casa do Merle (amigão) dois tapetes e um puff (para a galera se jogar por ali, descansar... Hang out). Enfim, estamos caminhando a passos largos, o que é ótimo, já que devemos partir para os próximos estados que faltam (Oregon, Washington, Alaska e Hawaii) até no máximo terça-feira que vem! Até lá o que não falta é trabalho... E animação, lógico!

Em meio a tanta informação, fomos surfar uns dias em Sacramento (cidade verde e cheia de sol!!), na casa da Nancy, uma senhora de 63 anos, proativa, queridíssima e super guerreira. Chegamos para passar uma noite, queríamos entrevistá-la porque achamos interessante uma mensagem que ela mandou para o grupo do couchsurfing, falando que iria, pela primeira vez, para o BM. Tínhamos que ir até lá! Foi a melhor coisa... Ela é tão agilizada que já comprou um motorhome (nós estamos penando para alugar um, ninguém quer estragar suas casas móveis com a impregnante poeira do deserto e quem arrisca cobra bem caro), um gerador solar, algumas fantasias, máscaras para proteger nariz, olhos e boca, baby wipes para garantir o banho, creme para ressecamento da pele, entre muitos outros ítens. Eu, mais que depressa, aproveitei a lista dela e me equipei também! 

No fim foram 4 dias super produtivos e alegres, com direito a um churrasco no parque, organizado pelo grupo do CS de Sacramento, no qual pudemos conhecer umas 20 pessoas dessa incrível tribo de "coração aberto". Pude também fazer a experiência de oferecer brigadeiro aos convidados, assim como queremos fazer para os visitantes do espaço do FiftyFlags no Burning Man... Descobri que dará muito trabalho e que precisarei de um cooler, for sure. 

Esse churrasco nos rendeu mais dois depoimentos: Jeff e Sanders. O primeiro, americano, pai de uma menina linda, que surfou com sua namorada por 2 meses na Europa; e o outro, que estava surfando o sofá dele, um holandês que está cruzando o país de motocicleta. Aqui as coisas são imprevisíveis... Essa é a melhor parte!! De Sacramento partimos para Berkeley por uma estrada irada, guiados por nosso companheiro motociclista. Curtimos uma bela tarde por ali e voltamos para San Fog.

Domingão: surpresa! Um lindo e inesperado dia de sol no parque com dois shows animadíssimos - My First Earthquake e Englis Beat. O lugar é especial, Stern Grove Park, um tipo de auditório em um vale no meio da floresta, com cobertores e mantas coloridos tomando todos os degraus da arquibancada gramada. Curtimos um montão. 

Hoje, um passeio à Pacifica Beach, também com o dia ensolarado, e amanhã... Conto depois, tá? Porque ainda não sei bem ao certo o que será. 

Beijos e saudade!

PS: Baro e Laurie, preparem-se!! Estamos esperando vocês.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Tijolo sobre tijolo

12/07/2011

Hoje eu acordei leve, de bem com a vida e um pouco menos agitado, embora pareça estar mais, já que, quando consigo me acalmar, fico muito excitado e demonstro isso agitando todos os meus membros e emitindo sons cavernosos, seguidos de abraços desmedidos, apertões exagerados e, dependendo de quem está ao meu lado, ávidas mordidas e lambidas.  A Bisny ficou toda babada hoje de manhã...

Acordamos com uma boa notícia: poderemos entrar no Black Rock Desert, deserto onde é construída a Black Rock City, uma semana antes do Burning Man ter seu início oficial. Fiquei muito entusiasmado, deve ser espetacular ver um deserto bruto ser transformado numa cidade que abriga mais de 50 mil pessoas durante uma semana. Mas quem tá pensando que conseguimos essa boiada pra ir lá e filmar tudo, camarote style, tá muito enganado. Nós vamos trabalhar de pedreiros, encanadores, serralheiros e ajudantes gerais. Vamos ser parte da equipe que faz, com o próprio suor, um local que não possui sequer um arbusto se transformar em um mar de instalações artísticas refulgentes e micro organismos habitacionais temáticos. Obviamente, em meio a todo esse comprometimento laborial, acredito que teremos grandes oportunidades de fazer belos registros. Damos e recebemos, é assim que deve funcionar, não da maneira inversa.

Uma semana em San Francisco e já conseguimos fazer bastante coisa. Se já fomos a Alcatraz? Não. Golden Gate Bridge? Também não. Lombard Street? Not. Pier 39? Bom, nesse fomos, só pra dar uma passeadinha; mas de passeio foi só isso mesmo que fizemos. Eu me sinto exatamente como um morador da cidade. Nossos amigos são "locais", as coisas que a gente tem que resolver passam longe da rota turística, vivemos um bom tempo em coffee shops com a cara enfiada no computador, frequentamos uma academia, enfim, somos da área. Mas vou falar que só essa semaninha aqui arquitetando o porvir me deixou com uma baita saudade da estrada. Estava tão sedento por uma rodoviazinha que, quando descobri que ia pegar um dos convites do Burning Man com um cara que mora a 100 km de distância, fiquei todo empolgado. A Bisny indagou se os gastos de gasolina e de pedágio não descaracterizariam aquela como uma boa oferta e eu, em breve reflexão, ponderei que os benefícios com as lufadas de vento quente na face proporcionados pelo automóvel em deslocamento, somados a uma bela trilha sonora, fariam muito bem para o astral. Balbuciei qualquer bobagem matemática a arrastei a gata pro rolê. 

Amanhã já estaremos em trânsito novamente. Tomaremos o rumo de Sacramento, onde pernoitaremos no couch da Nancy, que vai contribuir com o nosso filme e nos receber de braços abertos. Isto é outra coisa que me deixou bastante motivado. Além da Nancy, estamos nos comunicando com outros couchsurfers aqui da região, pessoas que são bem ativas no movimento. Todas têm se mostrado bastante interessadas em participar do FiftyFlags, acho que teremos bastante material para nossa história. E, afinal de contas, quem escreve a nossa história somos nós. Por isso, vamos tratar de carregar as tintas e empunhar os pincéis, porque a história que quero escrever é inédita, ninguém ainda contou. Serei eu o precursor de um novo gênero? Aguardem os próximos capítulos, eu de cá também os aguardarei. Mesmo sofrendo com a espera e tentando alcançar logo o amanhã, embora saiba que a única coisa que tenho é o agora. Ah, paradoxos de um sonhador... 

ALOHA!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Voltei






03/07/2011


Há tanto tempo distante da caneta, não me sinto totalmente confortável para começar este texto. Não que não tenha história para contar, muito pelo contrário; é que bate de sudoeste uma brisa de ansiedade, coisa de quem ama a escrita, almejou e almeja ser escritor, mas que às vezes tem uma relação conflituosa com ela. É um certo receio de que as linhas não fiquem à altura do pensamento. Mas que seja, sendo ou não eu um escriba de respeito, vamos aos fatos, que são absolutamente verídicos.

Lake Tahoe - divisa do estado da California com o estado de Nevada -, é aqui que estamos. E o pessoal tá tirando um barato da minha cara porque, no destrambelhamento incoerente dos meus movimentos corporais, acabei, literalmente, virando a canoa. A única que de fato se deu mal com esse meu lapso foi a Bisny, que vinha desde o começo do dia evitando mergulhar seu corpitcho na água acima da linha da cintura (só o suficiente para fazer um mix): tomou um banhão gelado graças ao palerma aqui. As duas outras vítimas, Paul e Merle, pessoas que não têm medo de água fria, se divertiram bastante com a trapalhada.

De Santa Monica, no domingo passado, traçamos um caminho cheio de escalas até atingir San Francisco, na sexta à noite. A primeira foi num lugar que já conhecíamos: a casa do excêntrico Bryan Costanich. Dono de um bigode renascentista, com certeza foi nosso host mais misterioso. Quando saímos da casa do grande camarada Jorge, naquela manhã, estava tudo combinado para passarmos as próximas duas noites também em Santa Monica, dessa vez na casa do Calvin, de quem falo melhor nas linhas que se seguem. Acontece que houve uma pequena falha de comunicação entre nós e, quando deu 21 hs, achamos que estaríamos sem teto por aquela noite. Perdão, sem teto jamais, não posso desconsiderar o valioso forro de nosso veículo, que tantas vezes nos protegeu do sereno e nos amoldou em seus bancos recostados, provendo o descanso necessário, sendo os nódulos deixados de lembrança na dorsal apenas um mero detalhe.

Enfim, antes de recorrer ao auto, decidimos tentar o Bryan. Mandamos uma mensagem de texto no celular, que ele prontamente respondeu de modo afirmativo, só nos alertando de que, pelo fato dos quartos estarem ocupados, teríamos que dormir na sala. Até aí, problema nenhum, já que o Bryan tem um belo sofá branco em seu living. A nossa surpresa veio no momento em que chegamos e encontramos tudo trancado, diferentemente do que ele costuma fazer.  Fomos ao jardim e procuramos pela chave em seu esconderijo habitual: nada. Foi então que vimos uma menina pela janela, que, confiando na nossa boa aparência, nos abriu a porta. Kasia, uma polonesa de 24 anos, na véspera de embarcar de volta para a terra polaca de origem, após seis meses nos EUA, estava há três dias na casa de Bryan e ainda não o havia conhecido. No outro dormitório, onde Mr. Costanich dorme quando está em casa, repousava um casal de franceses, que tampouco o haviam conhecido. Ou seja, em um aparentemente regular domingo à noite, o homem do bigode hospedava em seus aposentos três grupos diferentes de couchsurfers sem estar presente. Cheguei a pensar que estávamos sendo monitorados por diversas câmeras, participando de algum reality show, onde os participantes participam sem saber de sua participação. Mas acho que, no fundo, Bryan é só um cara que vive à frente de seu tempo; apreciei tal desprendimento, acredito na proposta.

Encerrado o capítulo Bryan, passemos ao capítulo Calvin. Segunda aproveitamos o dia em Laguna Beach e voltamos para as redondezas de LA. Calvin, o nosso suposto host de domingo, seria nosso host dos dois próximos dias. Chegamos e encontramos mais uma peça rara. O descendente de coreanos, de 42 anos, vive num apartamento de dois andares e duas suites, e nos ofereceu uma delas (a que tem uma banheira embaixo da cama). Este também é outro cara que parece estar um pouco adiantado em relação aos tempos atuais. Mas, ao contrário de Bryan, com ele tivemos muita oportunidade de conversar. Ele foi muito sangue nobre, gravou com a gente para o documentário e falou coisas interessantes sobre política, economia e vida. E, exatamente como o Bryan, mesmo após agradáveis momentos compartilhados, Calvin continua sendo um enigma para mim. Sei que gosta de ténis e cenoura, pois passou uma tarde inteira degustando-as, enquanto assistia às quartas-de-finais da chave feminina do torneio de Wimbledon. Sei também que é um cara muito inteligente e educado, com o qual ainda tenho muita idéia para trocar.

Para terminar a sessão couchsurfing, gostaria de mencionar o reencontro com a Laurie, nossa host malukety de St Louis. Encontramos com ela e com Nicki, sua filha, que estava na Bolívia naquela época, meados de março se não me engano. Passeamos pelo pier de Santa Monica, matamos a saudade e gravamos um depoimento bem legal. Não me surpreenderei se tivermos no Burning Man o reforço da mãe e filha que parecem irmãs. 

Foi saindo de LA que começou o caso de amor da minha Bisny com a Califórnia. Santa Barbara fez minha pequena vibrar. Depois da emoção de viajar costeando o Pacífico pelo Big Sur, Carmel quase a fez chorar. Mas vou falar de Carmel depois, já que vamos voltar para dar uma olhada melhor nessa jóia de cidade. Antes de chegar em San Francisco, surfamos em mais um sofá, em Monterey. São dois casais que dividem uma baita casa, mobiliada com esmero e limpa com capricho. Passagem rápida, aquela troca legal de gentilezas, mas sem maiores aprofundamentos. Pá e pum, seguimos até SF, onde minha amiga de longas datas, Bartyra, nos aguardava. A Bart mora com o Ian, seu namorado irlandês há quatro anos. Nesse mês de julho, iremos nos basear em sua casa; vamos deixar o grosso de nossas coisas e pular de canto em canto com mais mobilidade. O FiftyFlags, que até agora é o 46Flags, estará com todas as suas atividades voltadas para o organograma operacional da realização do nosso maior desafio e coroamento do projeto: a construção do circo-tenda-chillout no Burning Man. Resolvidos todos os detalhes pragmáticos e colhido um bom material, entre entrevistas e depoimentos sobre onde tudo começou (CS e BM), seguiremos viagem para completar nossa peregrinação na majestosa "América", de raças e povos distintos. 

Termino de escrever no motorhome em que estamos alojados aqui em Lake Tahoe. Essa casa móvel é do Jeremy e da Rachel, que vivem por aqui em South Lake Tahoe. Como a casa estava cheia, a Barty, o Ian, a Bisny e eu ficamos no motor. Imagina a minha felicidade, justo eu que sou louco pra ter um desses?! A galera aqui é demais, todos se ajudam e cooperam em tudo. O lugar é um paraíso, eu e minha boneca estamos em núpcias e o sol tá fritando. Vou nessa, comprometendo-me a aparecer com mais regularidade. Paz, Equilíbrio, Harmonia e Alegria a todos.