12/04/2011
O dia acaba de começar pra gente em Panama City Beach, Florida. Esta é uma parada que foi estrategicamente programada para fins laboriais. Como estamos vindo de uma sequência bem intensa de passeios e pessoas, achamos que estacar aqui por alguns dias seria uma boa oportunidade para colocar em ordem todo o nosso material e as nossas idéias. Ainda é um pouco cedo pra dizer, pois chegamos ontem à noite, mas pelo pouco que vi não tenho tanta certeza assim se esse é o ambiente mais indicado para encontrar a tranquilidade. Bom, mas em relação às instalações não temos do que nos queixar: nosso quarto e banheiro privativos, uma estrutura de hotel e uma praia nos esperando a 50 metros. Mas não vou me estender agora nos relatos de uma passagem recém iniciada, isso é assunto para o próximo post. Vou adiantar apenas que o Jeff é um dos caras mais pirados que conhecemos até agora.
Depois do Big Bend National Park, eu e Bisny já rodamos um tanto. Dormimos uma noite em San Antonio, na casa do Ivo, um couchsurfer poliglota gente fina, com um coque muito bem compacto e um sapato de couro de jacaré. Chegamos lá perto das nove da noite e ele nos levou a um restaurante bem americano, onde, ao som altíssimo de Rihanna, eu e a Chris, vindos de silenciosa passagem pelo deserto, quase tivemos um colapso cerebral ao tentar acompanhar a conversa em inglês e italiano do Ivo e de mais três amigos dele, que iam e vinham até a mesa. Da cidade de San Antonio mesmo, não conhecemos nada, lá é tudo muito espalhado, só deu pra conferir o lifestyle de mais um doidera que cruzou nosso caminho.
Até New Orleans seriam mais de 800 km, nada que nos assuste, mas o problema era que até alí só tínhamos lugar para ficar naquela sexta-feira e o nosso projeto era ficar por lá o final de semana inteiro. Mas é impressionante como, de um jeito ou de outro, as coisas se ajeitam. No meio do caminho, recebemos a mensagem de um brasileiro, que até então tinha dito que não poderia nos receber, nos convidando para ficar na casa dele. Pronto, pendências resolvidas, a viagem transcorreu tranquila até aterrisarmos em Metairie, cidade ao lado de NOLA onde o nosso amigo Rafa mora. Grande garoto, diga-se de passagem...
Na própria sexta à noite demos um pulo até o French Quarter pra ver o movimento e comer alguma coisa; logo de cara New Orleans nos surpreendeu. A famosa Bourbon Street que encontramos pouco tinha a ver com a que imaginávamos. Aquela imagem de cidade artística, berço do jazz, logo veio à lona quando vimos a multidão de universitários segurando drinks fluorescentes e pulando de bar em bar - mais uma vez - ao som de Rihanna. É claro que, como comprovamos nos dias seguintes, o jazz ainda sobrevive por lá, mas a impressão que tive é que reina mesmo a bagunça, não importando como é que se faz pra bagunçar. E o Rafael, molecaço de 23 anos que arrumou um estágio em uma empresa nessa balbúrdia, é mestre nisso. Vou contar no que esse rapazinho me enfiou no sábado de manhã.
NOLA é uma cidade universitária, as sedes de Tulane e Loyola ficam bem ao lado, na área que eles chamam de Up Town. É uma região da cidade bem bonita, com bastante verde e casas enormes, com arquitetura espanhola e francesa, os países aos quais o estado de Louisiana pertencia antes de ser anexado aos EUA. É uma vizinhança muito agradável, mas os jovens abonados que vêm de toda a parte do país para estudar em NOLA transformam os casarões em repúblicas estudantis da pior espécie. Foi em uma dessas que nos encontramos com os amigos do Rafa para a concentração da beer marathon, prova maluca onde a equipe de 10 pessoas tem que beber 25 cervejas e correr uma milha por quatro vezes; ou seja, é um ato totalmente insano. Não fosse a minha bagagem de 28 anos de pista (bebi três na hora da largada pra impressionar e depois joguei todas as outras, no mato, na privada e na torneira - é claro que essa competição esdrúxula não tem juíz), eu teria vomitado as tripas como a maioria dos meus colegas de equipe. Nessa hora valeu a quilometragem: saí de lá inteiro e coroado M.V.P do time.
A nossa sorte é que bem neste final de semana estava rolando na cidade o French Quarter Festival. Vários palcos foram montados em diversos pontos do French Quarter e rolou uma sonzeira de qualidade, gratuita ao público, que dançou, se divertiu e ouviu música da melhor espécie. Eu e a Bisny aproveitamos um monte, mas ficamos com aquele gostinho de quero mais. Fazer o quê, sempre chega a hora de partir. Saí de New Orleans um pouco decepcionado. Não com a cidade, mas com a constatação de que cada vez mais as pessoas consomem produtos descartáveis, sem raízes e sem conteúdo. Mas não sou ninguém pra julgar o que o outro faz, só posso assinar pelas minhas escolhas, e se não fosse o grupo de garotos negros que fez uma multidão parar no domingo à noite pra vê-los tocar apaixonadamente numa esquina qualquer, eu diria que NOLA não seria um destino ao qual voltaria. Quem sabe?
Só sei que agora estou na Florida, indo pegar uma praia. Nossa viagem até aqui foi mamão com açucar, ainda passamos por Gulfport, Mississippi, e Mobile, Alabama, para pegar as bandeiras desses estados. Com isso ganhamos tempo e poderemos aproveitar com mais calma lugares mais interessantes. Nada contra os digníssimos estados do Alabama e Mississippi e sua gente simpática, mas como essa viagem tem data pra acabar temos que fazer escolhas. Para poder cruzá-los rapidamente, a gente teve que gastar algumas horas pesquisando na internet lugares que não fugissem muito da nossa rota e que tivessem as bandeiras dos estados. A do Mississippi, por exemplo, não foi nem em uma loja que achamos. Eu encomendei com uma mulher que faz banners e bandeiras uma semana antes e nós nos encontramos no estacionamento de um shopping em Gulfport. Tá pensando o quê, que é só sair viajando que se encontra tudo pelo caminho?!
Chega, beach right now! Até.
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AHuahauhuhAuAHUAHUUH... Marathon of Beers foi ÉPICO até pra mim que estou acostumado com a bagunça!!
ResponderExcluirFiquei feliz de poder receber vocês aqui... foi uma experiência ótima. Eu me diverti muito!!
Um grande abraço pra vcs e boa viagem!