quarta-feira, 30 de março de 2011

E dá-lhe estrada...




30/03/2011

Mudança de planos e parada estratégica. Essa foi boa, nos rendeu o planejamento  dos próximos 4 estados, couchsurfing bookado em dois deles e todas as atualizações cibernéticas necessárias.

A princípio íamos passar só duas noites em St Louis, Missouri, pegar a bandeira, dar uma volta na cidade e conhecer nossa host, que não estava em casa quando chegamos.

Na primeira manhã tivemos o prazer de conhecer Laurie, a host, uma mulher inacreditável. Quando falei com ela por telefone achei que a voz não poderia ser de uma mulher de 52 anos, como estava em seu perfil; mas era! Que figura... No começo achamos que ela fosse doida de tudo... Elétrica, ligada no 220, não parava de falar nem por um segundo, ia de um assunto pra outro na mesma velocidade da luz. Ficamos até um pouco tontos, mas ela nos fez sentir totalmente bem-vindos e em casa.

Depois de 4 horas de papo na cozinha, saímos em busca de nossa bandeira, com muita informação sobre as coisas mais interessantes da cidade e um jantar marcado com ela às 19 horas. Obs: isso se ela não fosse a um "date". Ela aprendeu a paquerar pela net e, linda como é, tá fazendo o maior sucesso.

Bom, pra pegar a bandeira do Missouri tivemos que dirigir 40 km, mas OK, viajar não é, de fato, problema pra gente! rs. Foi legal conhecer aquele shopping. Gigante e lindo por dentro. Fiquei até com vontade de dar uma volta, mas... vamos evitar a tentação, né?! Afinal tínhamos coisas mais interessantes para ver.

Isso foi num domingo e então, da cidade, só vimos mesmo prédios e o novo estádio de basebbal dos Cardinals; o resto tava fechado.

Mas o mais legal nós conseguimos, visitar o arco da cidade (considerado parque nacional), imenso, monumental, impressionante e comprar o passe anual que dá direito a entrada free em TODOS os parques nacionais do país (http://www.nps.gov/index.htm). Com certeza vamos visitar muitos deles e isso nos será super útil. 

Passeamos também pelo Museum of Westward Expansion, o Thi, que adora história, curtiu um monte. Estranho mesmo foi comer lá dentro, no único lugar que vendia comida. Sabe o que tivemos que comer? Linguiça tipo salame e queijo... Tudo com a mão! Foi o melhor que conseguimos.

De volta à casa da Laurie, fomos jantar ali pertinho, conversamos muito e demos altas risadas. Que figura! Ela não queria que a gente fosse embora e, na real, nós não fomos. O Thi tinha visto os mapas antes do jantar e ficou preocupado com o tanto de estrada que ainda temos que rodar. E quando olhou a lista de afazeres... Aff! Que medo... Hahaha, é muita coisa gente!!! Roteirizar, viajar (horas no carro), escrever, fotografar, filmar, passar tudo para seus devidos canais... Conhecer pessoas, curtir, dormir, fora que temos que administrar nós mesmos, né?!

Thi, que ótima foi sua idéia! Ficamos o dia seguinte inteirinho na casa da Laurie, trabalhando sem parar. Eliminamos uns cinco itens da lista, além de definir muito bem nossas próximas paradas até New Orleans, daqui a duas semanas.

Na manhã seguinte saímos bem cedinho, íamos rodar aproximadamente 800 km! E lá fomos nós!!

Partimos do Missouri em direção ao Kansas, já sabíamos onde encontrar nossa bandeira, graças ao Google! Chegamos à Topeka, capital do estado, e fomos surpreendidos pelo pessoal da loja! Nossa bandeira estava separada em cima do balcão. A moça que falou com o Thi ao telefone deixou nossa bandeira ali, separada para o "brasileiro". Eles perguntaram muito sobre o fifty, estavam estusiasmados por nós. Bem ao lado da loja tinha uma academia de jiujitsu com duas bandeiras do Brasa na porta! Missão cumprida. Fomos a um parque ali pertinho e, depois de levar um xingo dum motorista bronco, fizemos um piquenique. Aaii, que frio!!

Estrada de novo. O destino agora era Oklahoma. Esse negócio de couchsurfing funciona mesmo. Parece até que só pessoas legais podem participar. Recebemos muitas ofertas de sofá e viemos parar na casa da Wendallin. Uma queridíssima que estuda relações internacionais, inclusive ontem teve aula sobre o Brasil. Saímos para comer uma pizza, conversamos um monte e dormimos muito bem! 

Hoje, neste exato momento, já estamos prontos para mais uma jornada. O destino agora: ARKANSAS! 

Ps: o frio tá demais...


segunda-feira, 28 de março de 2011

Spring Snow



26/03/2011


Inesperadamente a gente mudou toda a rota. Inesperadamente voltou a nevar. E foi no meio desses flocos inesperados que viemos parar aqui em St Louis, Missouri, na casa da Laurie. Apenas uma pequena observação: ainda não conhecemos a Laurie. Estamos deitados no nosso colchão de ar na sala dela, mas ela ainda não voltou da balada; pelo que sabemos, a nossa colega de 52 anos está a escutar uma reggera da boa em algum bar por ai. A história de como viemos parar aqui é no mínimo inusitada. Quer dizer, pro nosso estilo de vida atual ela não foge muito do padrão. 

Os dois dias que passamos em Nashville dividindo o quarto com nossos amigos canadenses foram bem divertidos. Na quinta-feira fomos assistir a um jogo de hockey do time da cidade, o Nashville Predators. Foi bem naquele estilo americano de fazer o espetáculo: o telão incentivando a torcida, show de música no intervalo, cheerleaders no rebolation e, claro, o pessoal se entupindo de batata chips, hotdog e muita cerveja. Mas valeu, agora faltam baseball, basquete e futebol americano pra gente fazer o circuito ESPN.

Mas em Nashville o forte mesmo é a country music, desde o country raíz até o que, traçando um paralelo com o Brasa, seria o country universitário. Vale destacar que, ontem, a gente assistiu a um showzaço de puro country, onde o moço do violino tava na casa dos 82 aninhos. Esse viu o Johnny Cash nascer...

Além de música de primeira, tivemos - novamente - a oportunidade de sentir o inverno yankee. Após dias agradabilíssimos no Kentucky, boom!, os termômetros despencaram mais uma vez. Hoje, depois de guardarmos tudo no carro e liberarmos o quarto, resolvemos, ali no lobby do hotel mesmo, dar uma repassada em nosso roteiro, já pensando que, lá na frente, seria bacana ter um pouco de folga pra curtir a Califa, o Hawaii e as Rocky Mountains. Em nossa rota original a gente ia passar pelo Mississipi pra chegar em New Orleans.

Analisando o mapa com mais calma, acabamos percebendo que seria mais jogo, ao invés de ir para o sul, ir um pouco para o norte. Depois de um bom tempo de pesquisa na internet e telefonemas pra lá e pra cá, decidimos vir pra St Louis, que dizem ser a cidade mais legal do Missouri. Mas o principal motivo que nos trouxe até aqui foi a bandeira: como amanhã é domingo, muitas lojas não abrem. E como a gente tá tentando dar uma acelerada agora, achamos um bom negócio vir pra cá e já pegar a bandeira amanhã, uma vez que descobrimos uma loja que abre aos domingos.

Além disso, logísticamente vai ser ótimo, porque antes de chegar em New Orleans, Louisiana, vamos passar por Missouri, Kansas, Oklahoma, Arkansas e Texas, mais o Mississipi. Sendo assim, quando estivermos vindo a oeste novamente, após passar por todos os estados da east coast, pra onde a gente ainda não foi pra fugir do frio, não vamos precisar nos preocupar em cobrir essa parte do país, que, pelo que temos lido e escutado, não é a mais bonita. É claro que isso é relativo e que lugar bonito e interessante tem em toda parte, mas temos que fazer escolhas, faz parte da dura rotina do viajante.

Enfim, decididos a rumar para St Louis entramos no site do couchsurfing e começamos a disparar requests de acomodação. Vale frisar que, de última hora assim, é muito difícil de conseguir, mas desde o começo eu tava confiante. Pegamos o Corolinha e tocamos em frente. Na estrada chuva e mais chuva. Quando estiou, paramos pra comer. Uma das melhores coisas daqui é que tem wifi em tudo que é canto, então levamos o lap pra dentro do restaurante pra checar se alguém tinha nos respondido.

Eu costumo confiar bastante na minha intuição, e mais uma vez ela não falhou. A Laurie se prontificou a nos receber e nos respondeu passando o endereço. Aqui na casa, no quarto de hóspedes, está hospedado outro casal couchsurfer que vai embora amanhã; seremos então promovidos. Não faço idéia de como é a Laurie, mas a Bisny, que falou com ela no phone, jura que parece impossível ser uma pessoa de 52 anos. Eu não vou esperar nada, do mesmo jeito que nunca esperava que, da metade da viagem pra frente, fosse nevar sem parar. Apesar de já querer firmemente me despedir do frio, não posso deixar de dizer que dirigir com minha gata ao lado, ouvindo Creedence e vendo a neve cair foi inspirador. 

Agora tô aqui assistindo ela dormir, terminando de escrever esse texto e rindo sozinho, imaginando como é a pessoa que deixa a chave de casa na caixa do correio sem nos conhecer. Deve ser querida como a cadela de estimação, a Diva, que já nos recebeu amigavelmente e até nos pregou uma peça, dando uma fugidinha esperta e depois fazendo o maior charme pra voltar.

Resta aguardar e agradecer por existir gente dessa espécie. E resta dormir cheio de esperança de que um dia todos sejam assim. Muitíssimo boa noite.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Surfing in the clouds



24/03/2011


O tempo voa. Quando a Bisny escreveu aqui pela última vez, no domingo, a gente estava saindo de Baltimore, Maryland. Neste momento, escrevo do quarto do hotel em Nashville, capital do estado do Tennessee. A distância exata das duas cidades é 959 km. Tendo em vista que de lá pra cá a gente parou em um monte de lugar e a nossa trajetória não chegou nem perto de ser uma linha reta, dá pra falar que, fácil, fácil, rodamos uns 1200 km desde o último post. Acho que dá pra imaginar quanta coisa já aconteceu desde então, e que dá pra imaginar também que, infelizmente, não há maneira de relatar tudo. E não digo isso só por achar que todo mundo tá interessado em saber das nossas aventuras. Digo isso, principalmente, porque escrever tudo que vem acontecendo na nossa viagem, as centenas de pessoas que temos conhecido, todos os lugares sensacionais por onde temos passado é a melhor maneira de documentar e eternizar talvez os momentos mais felizes da nossa vida. Mas eu sei que tudo o que mais vale a pena não precisa de foto, texto ou vídeo pra se eternizar na nossa memória e nos nossos corações. Tudo isso vai nos acompanhar pra sempre, não importa onde estivermos, nem que esse lugar não seja nenhum dos lugares em que a gente ainda vai estar, aqui, nessa pequena dimensão que habitamos temporariamente.

Bom, mas não é por causa disso que vamos deixar de escrever cada vez mais e mais, porque acreditamos estar escrevendo sobre a melhor coisa que existe, que é viajar. E viajando por uma ensolarada estrada a gente foi deixando Maryland para trás e se aproximando de West Virginia, completamente sem idéia do lugar onde íamos dormir. No dia seguinte a gente tinha programado uma visita ao Blackwater Falls State Park, que fica ali na área. Depois de rodar um tanto, achamos um hotel razoável no preço e nas instalações, na cidade de Elkins. Antes de dormir, resolvi dar uma olhada no couchsurfing, pra, quem sabe, conseguir alguma coisa no Kentucky. Escolhi a cidade de Lexington, sem botar muita fé que a comunidade dos surfistas de sofá estaria presente em todos os cantos dos EUA. Doce engano - ainda bem. Antes mesmo de dormir, eu já tinha ajeitado tudo com o Cory, que aceitou nos hospedar em sua casa logo na noite seguinte. Acordamos com o maior aguaçeiro no começo da manhã, o que impossibilitou o nosso passeio. Como esse parque era nossa única programação em West Virgina além da bandeira, ficamos só por ela, que, para a nossa sorte, foi baba de achar. Despretensiosamente, enquanto a Bisny tirava uma grana no banco, entrei em uma loja e perguntei da bandeira. Pronto, feito, adeus West Virginia, foi bom quase te conhecer. 

Mas West Virginia ainda iria nos proporcionar boas coisas; não com suas paisagens, mas com os filhos de sua terra. O Cory, dono do nosso sofá no Kentucky, é natural de West Virginia, além de ser um dos caras mais sangue-bom com quem a gente cruzou até agora. O sofá dele na verdade é uma suíte irada, a casa dele é muito legal, com uma decoração moderna e de bom gosto, e o cara fez a gente se sentir completamente em casa. Saímos pra jantar as duas noites, Cory mostrou todas as fotos das trips dele (o cara ja rodou boa parte do mundo), nos deu um Atlas com todos os mapas das estradas americanas, deu um monte de dicas de vários picos que são imperdíveis e ministrou uma aula de basquete: o bicho é gigante, tem quase dois metros de altura e, além dos afazeres que lhe dão renda para viver numa tranquila, é técnico de basquete em uma escola só por prazer. Isso é lifestyle!

Saímos de lá já com saudades, mas na certeza que esse fera ainda cruza com a gente antes da trip acabar. No Kentucky, só achar a bandeira é que foi dureza. Em Lexington foi impossível, lá eles são fanáticos pelo Kentucky, mas esse fanatismo se traduz estritamente em  relação à Universidade de Kentucky, que tem um dos times mais tradicionais do basquete universitário americano. Bandeira oficial do estado do Kentucky só em Louisville, que é a maior cidade do estado e fica a 130 km. Achamos, depois de muita pesquisa na internet, um showroom nessa cidade e, antes de tocar pra Nashville, tivemos que fazer esse pitstop. Bandeira na mão, partimos felizes e cantarolantes, já fazendo uso de nosso novo Atlas e evitando as estradas interestaduais, sempre seguindo pelas Scenic Roads, que é como eles chamam as rotas bonitas por aqui. 

Resumidos os últimos dias, agora, ao vivo e a cores, vou teminando de escrever, enquanto o Ben vai arranhando a viola aqui no quarto do hotel. Vamos sair pra conhecer Nashville e a universidade - Vanderbilt University - em que minha mãe, que hoje vai receber em São Paulo a medalha Ruth Cardoso, se formou mestre. Acho que, no mínimo, consegui herdar dela o prazer de viajar e conhecer, a curiosodade de descobrir a infinidade de coisas maravilhosas que estão em todos os cantos por aí, basta a gente procurar. 

Måe, se estou aqui hoje, é por sua causa. Parabéns pelo prêmio e por ser a mulher guerreira, inteligente e sensível que você é. Amo muito você. Amo muito você, Bisny, que, bem agora, está aqui ao meu lado filmando tudo e degustando uma maçã. 

domingo, 20 de março de 2011

Big Big Shining Moon!



20/03/2011


Bom dia!
Estamos partindo para nosso sexto estado! Estou amando tudo isso, juro! Pegar a estrada, ir para um novo destino é muito bom... É uma sensação de liberdade, de conquista, de aventura, desbravamento do mundo e de mim mesma. O tempo que passamos na estrada funciona como um divã pessoal, é a alma se alimentando das paisagens que surgem, é a mente viajando nas melodias que tocam no rádio... Uma sensação de paz. Isso tudo nos faz tão bem que ficamos mais criativos e mais impulsionados a planejar novos projetos, novas empreitadas...

Mas, como sabemos, nem sempre tudo é tão calmo assim. Vou contar um pouco do que vivemos nos últimos três dias. Bom, saímos bem cedinho de New Jersey, onde estávamos surfando no sofá do Scott, em direção a Delaware. Sabíamos que pra conseguir a bandeira seria mais fácil em Dover, capital. Porém, queríamos visitar o jardim da mansão Nemours, uma mansão tradicional do século passado, em Wilmington, DE. Fomos até lá e estava fechada. Na porta encontramos um pessoal saindo, gente que trabalha na preservação do lugar, e eles disseram que a mansão só abre em maio. Papo vai, papo vem um senhor nos perguntou: " Vocês já viajaram o Brasil inteiro?", e logo depois da nossa resposta negativa ele disse uma coisa que mexeu comigo "por que é que a gente sempre viaja o país dos outros em primeiro lugar?". Ta aí, boa pergunta, no nosso caso eu sei a resposta, é simples, começamos pelos EUA porque estávamos aqui quando tivemos essa oportunidade. Nada mais que isso. 

Pegamos a estrada novamente agora focados em encontrar a bandeira. Um pouco antes de chegarmos a Dover uma luzinha acendeu dentro da minha cabeça e eu disse pro Thi: "Baby, me incomodou muito responder pra aquele cara que a gente não tinha viajado o Brasil inteiro ainda. Quero fazer isso!". Esse pensamento nos rendeu uma longa história e novos projetos (vocês saberão depois), ficamos super entusiasmados com tantas idéias maravilhosas que surgiam e aquela emoção de viajante foi nos tomando até que o Thi parou o carro no acostamento, abriu a porta dele, abriu a minha, ajoelhou e disse: " Quer casar comigo?". Ahhhhhhhh LOGICO que SIM! hahaha fiquei muito feliz, ele é lindo demais, é mesmo meu príncipe!! Nos abraçamos e seguimos a viagem falando do novo tema! (É, isso tudo é mesmo um sonho).

Chegamos em Dover, uma cidadezinha bem simpática e organizada. Com vários museus e um centro histórico muito bonito. Perguntamos sobre onde encontrar uma bandeira do estado e nos indicaram uma loja na rua principal. Fomos até lá e, sucesso mais uma vez, nossa quarta bandeira foi encontrada! Felizes, curtimos mais um pouco da cidade e partimos para Maryland. O dia estava lindo e quente, parecia verão, mais quente que Bahamas... Coisa boa! Viemos direto para Baltimore, uma cidade famosa pela vida noturna, que de fato é muito legal.

Pesquisamos uns hotéis para passar a noite, afinal, aquela era uma noite especial, mas não podíamos gastar muito, então escolhemos um Hostel, bem bonitinho e perto da rua do agito. O problema é que não tinha quarto individual, só coletivo (com oito beliches e banheiro dividido). Eu na hora disse não! Mas, ai, veio o Thi com aquela sorrisão dizendo que nunca tinha ficado num hostel, que tava animado e tal... Não pude evitar, aceitei passar a noite ali. Confesso que fiquei desapontada e desanimada também, mas ok. O pior ainda estava por vir, na noite seguinte teríamos que dormir em quartos separados porque aquele quarto misto já estava todo reservado. Afff... Desacreditei e fiquei de mau humor. Ai já era demais... Somos namorados e não amigos, brothers...

Sei que naquela noite foi chato, saímos pra jantar de bico, naquele silencio que mata, sabe? Não queria culpá-lo, porque afinal eu aceitei, mas por outro lado tava brava porque ele quis ficar ali mesmo assim. Uma pena... O dia tinha sido tão especial...

Na manhã seguinte, bem cedinho, me aparece o Zé Pequeno no quarto. O Thi, que não tinha dormido nada,  deu um pulo da cama e desceu pra recepção. Não demorou nem dez minutos tava ele no quarto com a notícia de que tinham devolvido nosso dinheiro! Ufa!!! Que bom. Com os ânimos mais calmos resolvemos curtir Baltimore do nosso jeito, escolhemos um parque bem bonito e passamos horas fazendo yoga, tomando sol, correndo, andando de bike, namorando... Foi ótimo! Conhecemos uns caras muito legais, o primeiro me parou na rua, enquanto eu tirava fotos, pra dizer que adorou meu estilo, o cara tem uma loja de roupas e trabalha como personal stylist (detalhe, eu estava de calça de ginástica e coturno!); o outro dreadlocks, com uma bola de basquete, amou minha calça de Bali, trocou maior idéia de basquete com o Thi e ainda pediu pra ser fotografado. Antes de irmos embora do parque fomos parados por duas mulheres que acharam que éramos da Califa, conversamos um monte, contamos da nossa viagem pelos EUA (como tem sido diariamente por aqui) e elas também foram fotografadas! Estamos virando celebridades aqui!! Heheheh

O dia terminou maravilhosamente bem. Passeamos pelo Harbour de Baltimore, conseguirmos a bandeira numa loja do pier, vimos um pôr do sol incrível e ainda de brinde assistimos ao emocionante surgimento da Super Lua! O que foi aquilo??? Nossa! Uma bola gigantesca e laranja, quase vermelha, surgindo no horizonte... Quanta magnitude! Terminamos a noite com um jantar maravilhoso de frente para Chesapeake Bay, uma garrafa de vinho e uma deliciosa noite de sono num quarto só nosso.

De fato só tenho que agradecer. Obrigada!!!!


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sexta-feira, 18 de março de 2011

Snowboarding and Couchsurfing



17/03/2011

É muita novidade!!! Em meu último relato, estava prestes a me relacionar pela primeira vez com uma prancha de snowboard. E olha, posso dizer que foi um contato bem positivo. Os tombos foram mais divertidos do que doloridos e me saí melhor do que imaginava; pegar uma velocidade, mesmo que na pistinha dos begginers, foi adrenalizante. A aula que a gente fez ajudou um monte. Além de ensinar bem, o instrutor era uma figura, que, ao se despedir, mandou um forte abraço para todos em Buenos Aires. Isso é muito engraçado nos gringos: tem alguns que não fazem noção do que é o mundo fora do território do Tio Sam.

Após a minha radicalização nas montanhas, ontem deixamos a casa da Marcie com dor no coração e viemos para Collingswood, estado de New Jersey, mas a 15 minutos de Philadelphia, que é a maior cidade da Pensylvannia, quarta maior dos EUA e berço da constituição americana. Foi lá, inclusive, que foi feita a primeira bandeira americana, por uma valente dona chamada Betsy Ross, que costurava às escondidas em seu quarto, enquanto soldados ingleses sitiavam a cidade. Como não podia deixar de ser, fomos visitar a residência em que ela morava, que hoje é o museu. Achar a bandeira da Pensylvannia foi a maior barbada: bem em frente a esse museu, há uma loja que vende tudo que é bandeira. A gente aproveitou e também comprou uma pequenininha do Brasil pra colocar na nossa nave.

Depois do dever cumprido, fomos almoçar em um restaurante que funciona desde 1976; melhor que o rango são as coloniais vestimentas dos garçons. Fomos também à prisão onde Al Capone cumpriu pena. O quarto dele está completamente conservado, e eu vou te dizer que deu até vontade de tirar uma pestana lá: o chefão da máfia não passava tão mal assim atrás das grades, até vitrola tinha.

Fim de tarde, pra aproveitar o clima que vem esquentando, antes de voltar para Collingswood, ainda deu pra dar uma volta em um parque bem bacana ao redor do Museu de Arte da Philadelphia e aproveitar o sol que ia dizendo até logo. Eu ainda não expliquei como viemos parar aqui onde estamos. Vou contar. Umas três pessoas diferentes nos falaram sobre o couchsurfing, que é uma espécie de rede social, onde o lance é você hospedar viajantes na sua casa, nem que seja para alocá-los no sofá - daí o nome. Em contrapartida, quando você precisar de um canto em sua viagem, terá o sofá da galera. A gente curtiu muito a idéia e resolveu tentar. Como Philly estava no nosso roteiro, nos cadastramos no site e procuramos algum sofá em que pudéssemos surfar aqui na área. O site nos deu várias opções de pessoas que poderíamos contatar, e logo o primeiro que vimos, o Scott, nos pareceu muito legal. Não deu outra, escrevemos pro fera, ele topou nos receber e quando chegamos ele e a namorada nos aguardavam com uma lasanha de espinafre saindo do forno. Ta certo que o sofá aqui é meio desconfortável, ontem a gente teve que se espremer pra dormir. Mas hoje, mochileiros graduados que estamos virando, já sacamos o colchão de ar à bateria que temos, inflamos a bagaça e estamos estirados no (quase) maior conforto aqui na sala.

Acabamos de chegar de um Pub, onde comemoramos o St Patrick's Day, que pra eles é uma bela desculpa pra encher a cara de Guinnes, nem que pra isso todo mundo se vista de verde. A Bisny e eu tomamos moderadamente, mas nos divertimos muito com o Scott e a Katleen, que é cantora profissional e tem em seu repertório o hit "cai cai balão". Estamos quase capotando porque amanhã logo cedo já vamos partir para o quarto estado, Delaware. Não temos idéia do nosso destino, só sabemos que novas surpresas nos aguardam. Vou me despedindo por aqui. Não demoro a surgir nesse mesmo espaço.

Saudações.
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terça-feira, 15 de março de 2011

More than B&B


15/03/2011

Estamos na casa da vovó e do vovô. Depois daquele estresse todo com aquela história da internet móvel, viemos parar num oásis de calmaria. Detalhe: gastamos na manhã seguinte mais três horas até os caras desistirem de fazer o negócio funcionar e devolverem nosso dinheiro; pelo menos aqui eles devolvem o dinheiro.

Eram quatro da tarde de domingo quando a gente ligou o Corollinha prata - nossa caranga alugada. De Edison, NJ, até Scranton, PA, são 120 milhas (192Km). Como na noite anterior os relógios tinham sido adiantados em uma hora (o horário de verão mais maluco que começa no inverno!), chegaríamos ao nosso destino ainda com a luz do dia. Scranton é uma cidade de razoável porte, que fica a uns 40 min de Elk Mountain, o lugar que escolhemos pra aprender a fazer snowboard. Durante a viagem a Bisny veio pesquisando uns hotéis na internet via celular. Não é a mesma coisa do que poder conectar do computer, mas funciona legal; acho que não vamos sentir muita falta do MiFi. Enfim, ao fazer a busca, achamos um lugar que parecia ótimo. Não imaginávamos que seria tão fantástico...

O In The Begginning é um Bed & Breakefast em Nicholson, cidadela de setecentos e poucos habitantes, um pouco mais perto da montanha do que Scranton. O lugar é sensacional, é a casa da Marcie e do Ron, que após se aposentarem, resolveram transformar a mimosa residência em uma hospedaria. A Bisny e eu somos os únicos hóspedes no momento, estamos alojados no quarto que outrora foi habitado por uma de suas filhas. (Eles têm quatro, todos moram em cidades grandes.) 

A Marcie é um barato, dá uns abraços muito apertados, bate papo sem parar e até lavou minhas cuecas na camaradagem. Fora o breakfast, que é insano: waffles, ovos, batata, muffins, tudo uma delícia... só o bacon que a gente educadamente recusou. Também tem dois dogs que são demais, um dengo só. Periga a gente ser adotado.

Uma vez acomodados com aconchego e economia (a diária sai por $40), a Chris e eu tentamos vir à montanha ontem. Chegamos atrasados para a última aula de snowboard. É isso mesmo, aula! Eu nunca fiz essa parada na vida e não quero me quebrar inteiro. Já que tínhamos perdido o dia de esporte, aproveitamos para conhecer a bem pacata região e observar os tipos caipiras que iam e vinham, na sua maioria em caminhonetes enlameadas, enquanto degustávamos uma pizza em um posto de gasolina.

Aproveitamos também para aparar algumas arestas e aprumar a nossa relação. Estar 24 hs juntos, dividindo tudo e tomando uma série de decisões pode se tornar difícil. Mas se existe amor, compreensão e muita serenidade para esclarecer os pequenos conflitos que sempre aparecerão, porque é natural da condição humana, a recompensa é gigantesca. Porque fazer toda essa loucura com ela é mil vezes melhor do que fazer sozinho. Porque quando eu olho ela sorrindo contente com os momentos que a gente compartilha nada mais importa, só aqueles dentinhos lindos mostrando toda sua brancura e aqueles olhinhos que falam mais bonito do que qualquer poesia.

Bom, deixa eu parar de suspirar e me concentrar pra cair de bunda. Vai começar a aula.
BYE!... 

PS: Preciso dar minha palavra também. Quando eu vi a foto desse quarto, onde estamos agora, eu achei a coisa mais fofa do mundo, me pareceu muito aconchegante e familiar; mas pessoalmente isso aqui é um sonho! Imaginem uma casa de boneca linda, muito bem cuidada, cheia de mimos por todos os cantos, com velinhas cheirosas, enfeites mil, uma decoração encantadora, impecável... agora adicionem um casal simpaticíssimo que faz isso tudo com um prazer inexplicável (ele reformou a casa sozinho para montar esse B&B e ela decorou tudo com artigos antigos da família). Pra concluir esse cantinho mágico coloquem ao redor dessa casa térrea um jardim enorme, com a bandeira americana - claro, e um campo que se perde de vista. Pronto, é assim que posso descrever esse lugar que vou guardar com muito carinho. 
Boa noite. Vou dormir na minha cama de princesa!!!


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segunda-feira, 14 de março de 2011

Fios e cabos


13/03/2011


A tecnologia está aí. Será que tem como fugir? Porque ultimamente quem me dá mais trabalho nessa vida é ela. Com seus cabos, entradas, softwares, downloads e devices, nada me maltrata mais que o mundo digital. Às vezes tenho sentido saudades do meu relacionamento com o universo tecnológico do ano passado, onde o ápice era checar um emailzinho uma vez por semana só pra me certificar que ninguém tinha nada pra me dizer. Agora, embora metendo o pé na estrada, ando com uma parafernália eletrônica à tiracolo. É câmera, tripé, microfone, luz, gravador de som, internet móvel, e por aí vai. A gente, no intuito de documentar a trip com qualidade, comprou um monte de coisas em que não sabemos mexer. Então, agora que já caiu a fatura do cartão, aprender a lidar com essas máquinas ingratas virou obrigação.

São onze horas da noite e estamos em um hotel de beira de estrada em Edison, New Jersey; é um muquifo com aquele cheiro bem típico de mofo com desinfetante barato. Estamos acorrentados aqui porque amanhã logo cedo temos que voltar à Verizon (tipo a Vivo aqui da gringa). Hoje passamos umas três horas dentro da loja esperando os caras tentarem dar um jeito no MIFI, que é um aparelhinho de internet móvel que cobre boa parte do território americano.

Eu imagino que essa espécie de desabafo de uma anta tecnológica deve estar um saco. Talvez eu esteja um pouco cansado de apanhar das maquinetas, mas, choramingos à parte, é inegável que aqui as pessoas são reféns da tecnologia, principalmente da Apple. Ontem foi o lançamento nacional do IPad2, e em Monmouth, cidade minúscula ao lado de Princeton, a fila na Best Buy dobrava a esquina. Como é que pode nego ficar tão na fissura pra comprar uma parada que logo vai estar ultrapassada. É uma espécie de escravidão, onde parece que consumir é vital para a sobrevivência.

Mas o melhor disso tudo é que há aqueles imunes à ditadura robótica. A menos de um quilometro da Best Buy funciona um mercado Amish. Os Amish são uma galera que vivem da sua própria agricultura, em suas comunidades onde luz elétrica e carros estão vetados. As mulheres usam uma touquinha branca na cabeça e os homens uma barba bem da engraçada que em breve eu vou copiar. Todos são muito simpáticos, de maneira contida, mas com muito jeito pro business (todas as lojas aceitam cartão de crédito). Os produtos que eles vendem, além de deliciosos, são absurdamente mais baratos do que os vendidos nos supermercados normais.

Na verdade, eu não sou contra nenhum tipo de avanço que possa facilitar a vida das pessoas, só acho que é saudável a gente se dar conta que é possível se viver com qualidade e feliz com muito menos. Enfim, há que se equilibrar o peso disso tudo, tecnologia e simplicidade têm tudo para conviver harmoniosamente e se complementar. Acredito que é assim que as coisas acontecerão.

Nós, depois da canseira na Verizon, fomos comer no Applebees. Sem brincadeira, cada pedaço que eu punha pra dentro, sentia como se fosse uma granada tóxica de óleo. O rango é muito junkie. Mas é isso ai, na trip não dá pra escolher muito o que comer. Quando eu tiver minha casa auto-sustentável numa praia remota lá de Tuvalu posso escolher não ingerir essas dinamites. Por enquanto, já que só tem tu, vai tu mesmo.

Esquecendo um pouco meus conflitos gastrotecnoambientais, vou contar um pouco da viagem, que já começou de vez. Depois de uma semana nas Bahamas, mais pensando na volta do que de fato aproveitando o momento, apesar do mar fantástico e do solzinho camarada, conseguimos mais seis meses de permanência nos EUA com a maior facilidade. A imigração foi feita em Bahamas mesmo, o que nos surpreendeu. O oficial americano, com pinta de ex-Woodstock, não fez uma pergunta sequer, já saiu carimbando os passaportes e sorrindo. 

De coração leve, chegamos de novo a NY para mais dois dias de correria pra lá e pra cá: não poderia ser diferente. Anteontem chegamos a Princeton, NJ, onde pernoitamos na casa de um casal amigo. Ficamos um dia inteiro por lá e hoje fomos atrás da bandeira: mamata! Na primeira loja em que paramos, seguindo a indicação do parceiro, bingo!, bandeira de New Jersey. Faltando apenas 48 estados, nosso plano era chegar em Scranton, estado da Pensylvannia, ainda hoje, só tínhamos que parar rapidinho pra habilitar a tal internet móvel. Bom, o resto vocês já sabem. Boa noite.

terça-feira, 8 de março de 2011

Bahamas pra trabalho!



07/03/2011


Vir para Bahamas sempre me soou férias! Diversão, muito calor e dias inteiros relaxando de frente pro mar azul...

Também não esperava vir pra cá tão cedo. Tinha outros destinos na frente, na minha lista de passeios. Mas quando essa ideia surgiu, como solução de um problema, renovar nossos vistos americanos... Ah! Eu gostei muito!

Já não agüentava mais aquele frio de NY; estava tão branca como nunca tinha estado, e praia, é comigo mesmo!

Escolhemos um pacote de hotel e passagem que coubesse no nosso orçamento. Afinal, Bahamas não faz parte dos 50 estados americanos... Nosso objetivo não era tirar férias, portanto não precisávamos de muito. O hotel, suficiente, como diz o Thiago, um pouco decadente, mas não faltou nada. O quarto é ótimo, o serviço funciona, a cidade de Nassau tem seu charme e muitas lojas de marca, a praia é maravihosa e temos até uma jacuzzi!

Ponto negativo mesmo, só para a comida, que custa caro e não é tão boa. Nessas horas sentimos falta de NY, mesmo com o frio. Mas é só o sol aparecer, com sua poderosa capacidade de alegrar o mundo, que qualquer bolacha integral resolve esse problema. Pegamos três dias de sol incríveis, nos outros o vento era tanto que mal conseguíamos ficar fora do hotel. O que não foi de todo ruim...

Viemos aqui também para trabalhar! E quer saber? Funcionou muito bem! Oh lugarzinho bom pra se adotar como escritório... Falando sério, depois do turbilhão que foi NYC, Bahamas nos proporcionou calma suficiente para trabalhar no FiftyFlags; todos os dias, sem exceção, nos renderam bons frutos. O projeto já tem sua primeira rota traçada e está ganhando corpo. Já não é mais um bebê engatinhando! Essa sensação de "parir" um projeto e depois moldá-loé muito boa. Estamos felizes e cada dia mais confiantes.

Aliás, aos amigos e às nossas famílias, muito obrigada! A força e a ajuda de vocês são nosso combustível!
Vou pararaqui, porque o sol do Caribe me chama! Que chique!

Deixo um beijo em todos e um abraço bem forte com toda a simpatia e educação do povo de Bahamas!  

quinta-feira, 3 de março de 2011

New York vai deixar saudade...



27/02/2011



Minha última noite como newyorker... Eh assim que eu sinto. Confesso que estou um pouco nostálgica, aquela sensação de “homesick”... Tudo isso foi tão rápido e intenso que só agora me dei conta: esta fase acabou. Cheguei aqui em dezembro com a certeza de que ficaria pelo menos três meses, depois disso, veríamos! Até então, eu era moradora da  Big Apple e a intenção era continuar aqui por mais algum tempo, estudar atuação, cinema, documentário, fotografia... Algo que nos permitisse realizar nossos sonhos alguns meses mais tarde. Porém, cá estamos nós, prestes a iniciar nossa road trip!
 
Pelos meus cálculos estamos imersos nesse novo projeto há umas três semanas. Todo dia foi uma corrida maluca. Fizemos uma lista do que precisávamos, uma outra do que não poderíamos deixar de fazer em NYC, e corremos contra o tempo! Fora as milhares de coisas que vão aparecendo pelo caminho, todos os dias, e que são tentadoras demais pra serem deixadas pra traz.
 
Por exemplo, o show “Rain - A Tribute to the Beatles” na Broadway, fantástico! Era pra ser um brunch no Brooklyn, com os amigos, num domingo de manhã, mas o programa foi além... Dançamos e cantamos como se estivéssemos num show dos Beatles de verdade! Pessoas de todas as idades, em especial jovens da década de 70, ficavam em pé no teatro pra curtir o som dos Beatles, cantavam e gritavam, emitiam sons frenéticos quando se identificavam com as imagens exibidas nos telões... “Eu estou num show dos Beatles”, pensei isso em alguns momentos. Foi emocionante! Quero os Beatles com a gente durante essa trip!
 
Alias, bons shows não nos faltaram, de certo é nosso programa favorito, logo ao lado de sair para jantar (comer em NYC é uma delícia!). Nossos amigos canadenses nos convidaram pra ver uma banda chamada Trombone Shorty. O que foi aquilo?! Amazing! Um showzão, animadíssimo, em um lugar super bacana, pessoas interessantes, muito bom. O nosso roommate nos levou em seu primeiro show na cidade, 4 bandas sensacionais tocaram por mais de seis horas e fizeram a gente suar de verdade! E assim foi, durante 20 dias curtimos o que essa cidade tem de melhor, cruzamos Manhattan por cima e por baixo da terra; passeamos a pé pelo Brooklyn, Queens, exploramos o Central Park, os Museus, os amigos, a B&H... Tudo!!!
 
Hoje, finalizamos nossa lista em grande estilo, aliviados por possuir nossa primeira bandeira, vimos um belo pôr do sol em Battery Park e demos uma volta na Wall St (além de mais um jantar com amigos, rs)! Vou sentir saudade...
 
Essa história da bandeira eu preciso detalhar um pouco mais. Quatro dias antes de deixarmos New York realizamos esse pequeno detalhe: Opa! NY é o primeiro dos 50 estados que vamos visitar, nossa viagem já começou, então! Sim! Precisamos colocar esses equipamentos pra funcionar, produzir, registrar... E conseguir a bandeira, claro. Decidimos começar pelo, aparentemente, mais fácil: as lojas de souvenier na Times Square. Nada! Alguém nos indicou o City Hall. Nada! O tempo estava curto... Apelamos pra internet e conseguimos o endereço de uma loja especializada em bandeiras, ufa, vamos lá. No entanto, não foi preciso chegar ao destino final, durante o percurso que fazíamos, embaixo de chuva, vimos uma primeira loja com várias bandeiras expostas na vitrine, pensamos que seria ali mesmo, mais ainda não foi... Decididos a caminhar até o destino final andamos mais um quarteirão, quando de repente, numa “loja porão” (dessas que tem aos montes por aqui, inclusive como residências) vimos bandeiras de todas nações penduradas em um mostruário! Não tivemos dúvida, aqueles caras teriam nossa bandeira. E eles tinham! Pronto, em NYC, não foi tão difícil assim, nem poderia, ne? Não na Big Apple...
 
Viver em New York não é fácil, é uma experiência ambígua. Você vive no paraíso, mas não consegue aproveitá-lo com calma porque está imerso numa imensa bolha, que se movimenta energicamente de um lado para outro, de baixo para cima... Aqui tudo é demais, para os dois lados da balança. Sem contar o frio absurdo que eu enfrentei por aqui no final do ano, foi surreal!
 
Eu sei que NYC já deixou saudade... As ruas planas, a acessibilidade à cultura, em cada esquina, em cada buraco de metrô. O respeito e a devoção às artes e aos artistas. O perfeccionismo no entretenimento, a qualidade no transporte público (mesmo que muito sujo), a academia sensacional que eu frequentei, as compras e os descontos irresistíveis, os restaurantes deliciosos... Isso aqui é grandioso, com certeza! Sou grata pela incrível experiência que vivi, mas agora, a curtição terá nova cara. Mal posso esperar pra chegar em Nassau - Bahamas!
Tomar sol, entrar no mar, relaxar ao lado do monstrão, não fazer mais nada além de pensar em nossos planos e estudar nossas metas!! Afinal, depois dessa semaninha de “relax” teremos fortes emoções nos milhares que quilometros que iremos rodar!
 
Nem acredito que a hora de realizar esse sonho chegou! Uhuuu let’s do it!
Só mais um parênteses, passei esses três meses observando a “liberdade” de estilo que se vive em NYC... É impressionante, tudo é possível, nada é rejeitado! New York tem essa fama de ser “ o polo fashion do mundo”. Se você está aqui, aproveite! Você pode usar e abusar de suas extravagâncias!!
Sendo assim, eu resolvi cortar o cabelo ao estilo newyorker! Fui a um salão alternativo no Brooklyn, um lugar incrível, meio underground meio moderno, com tatoo-artists e hairstylists e deixei rolar! Cabelo novo, à la New York, que delícia!!!