26/03/2011
Inesperadamente a gente mudou toda a rota. Inesperadamente voltou a nevar. E foi no meio desses flocos inesperados que viemos parar aqui em St Louis, Missouri, na casa da Laurie. Apenas uma pequena observação: ainda não conhecemos a Laurie. Estamos deitados no nosso colchão de ar na sala dela, mas ela ainda não voltou da balada; pelo que sabemos, a nossa colega de 52 anos está a escutar uma reggera da boa em algum bar por ai. A história de como viemos parar aqui é no mínimo inusitada. Quer dizer, pro nosso estilo de vida atual ela não foge muito do padrão.
Inesperadamente a gente mudou toda a rota. Inesperadamente voltou a nevar. E foi no meio desses flocos inesperados que viemos parar aqui em St Louis, Missouri, na casa da Laurie. Apenas uma pequena observação: ainda não conhecemos a Laurie. Estamos deitados no nosso colchão de ar na sala dela, mas ela ainda não voltou da balada; pelo que sabemos, a nossa colega de 52 anos está a escutar uma reggera da boa em algum bar por ai. A história de como viemos parar aqui é no mínimo inusitada. Quer dizer, pro nosso estilo de vida atual ela não foge muito do padrão.
Os dois dias que passamos em Nashville dividindo o quarto com nossos amigos canadenses foram bem divertidos. Na quinta-feira fomos assistir a um jogo de hockey do time da cidade, o Nashville Predators. Foi bem naquele estilo americano de fazer o espetáculo: o telão incentivando a torcida, show de música no intervalo, cheerleaders no rebolation e, claro, o pessoal se entupindo de batata chips, hotdog e muita cerveja. Mas valeu, agora faltam baseball, basquete e futebol americano pra gente fazer o circuito ESPN.
Mas em Nashville o forte mesmo é a country music, desde o country raíz até o que, traçando um paralelo com o Brasa, seria o country universitário. Vale destacar que, ontem, a gente assistiu a um showzaço de puro country, onde o moço do violino tava na casa dos 82 aninhos. Esse viu o Johnny Cash nascer...
Além de música de primeira, tivemos - novamente - a oportunidade de sentir o inverno yankee. Após dias agradabilíssimos no Kentucky, boom!, os termômetros despencaram mais uma vez. Hoje, depois de guardarmos tudo no carro e liberarmos o quarto, resolvemos, ali no lobby do hotel mesmo, dar uma repassada em nosso roteiro, já pensando que, lá na frente, seria bacana ter um pouco de folga pra curtir a Califa, o Hawaii e as Rocky Mountains. Em nossa rota original a gente ia passar pelo Mississipi pra chegar em New Orleans.
Analisando o mapa com mais calma, acabamos percebendo que seria mais jogo, ao invés de ir para o sul, ir um pouco para o norte. Depois de um bom tempo de pesquisa na internet e telefonemas pra lá e pra cá, decidimos vir pra St Louis, que dizem ser a cidade mais legal do Missouri. Mas o principal motivo que nos trouxe até aqui foi a bandeira: como amanhã é domingo, muitas lojas não abrem. E como a gente tá tentando dar uma acelerada agora, achamos um bom negócio vir pra cá e já pegar a bandeira amanhã, uma vez que descobrimos uma loja que abre aos domingos.
Além disso, logísticamente vai ser ótimo, porque antes de chegar em New Orleans, Louisiana, vamos passar por Missouri, Kansas, Oklahoma, Arkansas e Texas, mais o Mississipi. Sendo assim, quando estivermos vindo a oeste novamente, após passar por todos os estados da east coast, pra onde a gente ainda não foi pra fugir do frio, não vamos precisar nos preocupar em cobrir essa parte do país, que, pelo que temos lido e escutado, não é a mais bonita. É claro que isso é relativo e que lugar bonito e interessante tem em toda parte, mas temos que fazer escolhas, faz parte da dura rotina do viajante.
Enfim, decididos a rumar para St Louis entramos no site do couchsurfing e começamos a disparar requests de acomodação. Vale frisar que, de última hora assim, é muito difícil de conseguir, mas desde o começo eu tava confiante. Pegamos o Corolinha e tocamos em frente. Na estrada chuva e mais chuva. Quando estiou, paramos pra comer. Uma das melhores coisas daqui é que tem wifi em tudo que é canto, então levamos o lap pra dentro do restaurante pra checar se alguém tinha nos respondido.
Eu costumo confiar bastante na minha intuição, e mais uma vez ela não falhou. A Laurie se prontificou a nos receber e nos respondeu passando o endereço. Aqui na casa, no quarto de hóspedes, está hospedado outro casal couchsurfer que vai embora amanhã; seremos então promovidos. Não faço idéia de como é a Laurie, mas a Bisny, que falou com ela no phone, jura que parece impossível ser uma pessoa de 52 anos. Eu não vou esperar nada, do mesmo jeito que nunca esperava que, da metade da viagem pra frente, fosse nevar sem parar. Apesar de já querer firmemente me despedir do frio, não posso deixar de dizer que dirigir com minha gata ao lado, ouvindo Creedence e vendo a neve cair foi inspirador.
Agora tô aqui assistindo ela dormir, terminando de escrever esse texto e rindo sozinho, imaginando como é a pessoa que deixa a chave de casa na caixa do correio sem nos conhecer. Deve ser querida como a cadela de estimação, a Diva, que já nos recebeu amigavelmente e até nos pregou uma peça, dando uma fugidinha esperta e depois fazendo o maior charme pra voltar.
Resta aguardar e agradecer por existir gente dessa espécie. E resta dormir cheio de esperança de que um dia todos sejam assim. Muitíssimo boa noite.
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